quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Reflexo


Minha vida mudou muito, mas eu não mudei nada! Embora constantemente vivo me esquecendo, me escondendo, me ignorando! Ando sentindo falta de mim mesma!


Ó Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes

E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes

Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor 

Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia

Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorando a lua

Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua

Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima

Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima

Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido

De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho

Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio Deus
Viver menino, morrer poet
a
(Vander Ler - Alma Nua)


Um comentário:

  1. Precisamos reiventar-se sempre filhota, se não o bonde da vida pára.
    Sua mama vai tá aqui sempre.
    Livia tá chegando lindinha e saudavel pra vc reinventa-se e ser mais feliz.

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